domingo, 30 de setembro de 2007

Carpe Diem

Confias no incerto amanhã?
Entregas às sombras do acaso a resposta inadiável?
Aceitas que a diurna inquietação da alma substitua o riso claro de um corpo que te exige o prazer?
Fogem-te, por entre os dedos, os instantes; e nos lábios dessa que amaste morre um fim de frase, deixando a dúvida definitiva.
Um nome inútil persegue a tua memória, para que o roubes ao sono dos sentidos.
Porém, nenhum rosto lhe dá a forma que desejarias; e abraças a própria figura do vazio.
Então, por que esperas para sair ao encontro da vida, do sopro quente da primavera, das margens visíveis do humano? "Não", dizes, "nada me obrigará à renúncia de mim próprio --- nem esse olhar que me oforece o leito profundo da sua imagem!"
Louco, ignora que o destino, por vezes, se confunde com a brevidade do verso.



Nuno Júdice

2 comentários:

Márcio disse...

Olá! Obrigada pelas tuas visitas que tens feito e comentado! Realmente o concerto foi simplesmente fenomenal... tenho pena que não tenhas ido às traseiras (pelo menos não te vi) para estares um bocado com o João Pedro e a Mafalda.

Rui Caetano disse...

Aproveitar o dia e cada momento das nossas vidas. Não devemos deixar de sugar os instantes todos da nossa vida.